8 princípios da Economia Regenerativa

Quando colocamos uma lupa na pauta das marcas regenerativas, percebemos que elas são resultado do que a economia regenerativa propõe.

Na contramão da economia tradicional, que muitas vezes ignora os verdadeiros custos humanos e ambientais causados pelas nossas transações, a economia regenerativa reconhece que a natureza funciona em ciclos de renovação e regeneração, e busca alinhar nossas atividades econômicas a esses mesmos princípios.

Mas para isso, é importante garantir que o formato desse sistema siga alguns ideais básicos para que esse modelo econômico não se perca no caminho. Estamos falando da integridade, ética, cuidado e compartilhamento.

Quando colocamos uma lupa na pauta das marcas regenerativas, percebemos que elas são resultado do que a economia regenerativa propõe. Em outra perspectiva, é a partir delas que todo esse conceito pode sair da teoria e gerar mudanças significativas para a sociedade.

Os 8 princípios da economia regenerativa

Você já deve imaginar que esse modelo econômico não é algo simples ou até mesmo passível de se enquadrar a “X passos” para ganhar um selo de aprovação. De fato existe uma infinidade de teorias que devem ser consideradas para compreender a fundo a complexidade de uma economia que busca caminhar do lado oposto de um modelo econômico que visa o lucro a qualquer custo, nem que isso implique em deixar um rastro de destruição por onde passa.

Mas, dentro de tantos estudos, existem alguns princípios em comum que podem ajudar a decifrar com mais clareza a essência da economia regenerativa. Veja quais são e o que eles querem dizer na prática:

1. Não existe “nós” ou “eles”. O relacionamento é interconectado

Pensar na coexistência como um modelo de relacionamento é fundamental dentro da economia regenerativa. Não existe eu, eles ou nós, tudo está inteiramente conectado como se a nossa vida em sociedade fosse uma teia. O que fazemos hoje e aqui pode ter impacto em qualquer lugar do planeta. Por isso, a reciprocidade e o mutualismo são a base de um sistema que coexiste de forma saudável, reconhecendo que os efeitos reverberam através da teia, impactando cada elo.

2. Uma riqueza muito além do financeiro

Ter lucro e sucesso financeiro definitivamente não são os únicos indicadores de vitória nesse modelo econômico. A prosperidade na economia regenerativa está ligada ao bem-estar coletivo, que só é alcançado quando existe equilíbrio entre as diferentes formas de riqueza e capital. É uma visão holística que também considera as riquezas sociais, culturais, naturais e experienciais e, acima de tudo, entende como riqueza a possibilidade de compartilhamento desses ganhos e não concentrar tudo isso para um único grupo.

3. A força da inovação, da sensibilidade e da capacidade de se adaptar

Mudanças são inevitáveis e acontecem o tempo todo quando se vive em sociedade, por isso, saber como ajustar o rumo é uma habilidade essencial. Assim como na natureza, na economia regenerativa a sobrevivência não é para os mais fortes, mas sim para os que melhor se adaptam. Além do potencial, as empresas também têm a responsabilidade de aplicar a criatividade e a sensibilidade para reinventar a forma como operam.

4. Um mercado em teia

A interconexão também funciona para as empresas. A economia regenerativa acredita que cada movimento individual tem um efeito nas outras partes, tipo um cubo mágico. Se cada empresa pensar em como suas ações afetam o mundo à sua volta, será possível criar uma rede de marcas fortes que trabalham em conjunto, construindo um ambiente de negócios saudável e positivo.

5. Honra a comunidade e o local

Na economia regenerativa, a diversidade regional e cultural é valorizada e levada em consideração até mesmo para a interpretação de cada um desses pilares. Cada local tem a liberdade de fazer adaptações, considerando suas próprias singularidades moldadas pelas tradições, crenças e influências que foram construídas ao longo do tempo pela geografia, história, cultura e necessidades.

6. Abundância de borda: em outras palavras "a periferia também é considerada na divisão"

Não é segredo que a distribuição econômica tradicional não chega para todos. Essa é uma das mudanças que a economia regenerativa também propõe. Não apenas para corrigir desequilíbrios, mas também adotando práticas como políticas inclusivas para garantir que a abundância e o progresso não fiquem limitados a apenas uma fatia da sociedade.

7. O fluxo de circulação precisa acontecer

A economia regenerativa se inspira nos movimentos da natureza e do nosso corpo para funcionar. Da mesma forma que o nosso corpo precisa do sangue para levar oxigênio e nutrientes para todo lugar, o fluxo desse modelo econômico também conta com esse princípio para que todas as coisas importantes para a sociedade circulam sem pausas, como a natureza faz. Esse fluxo envolve não apenas a circulação de dinheiro, como também de informação, empatia e outros aspectos que ajudem a evitar desperdícios que possam prejudicar o equilíbrio geral.

8. Busca pelo equilíbrio

Fechando os 8 princípios, a busca pelo equilíbrio não poderia ficar de fora, mesmo que ela apareça de forma subjetiva em todos os outros pilares. No fim das contas, é sobre isso que a economia regenerativa propõe o tempo todo, equilíbrio responsável para reduzir e reparar danos, equilibrando a balança entre eficiência e resiliência, colaboração e competição, diversidade e coerência, organizações e necessidades.