Rebranding, arquitetura de marca e estratégia de negócio: como tudo se conecta

Uma estratégia de arquitetura tem o objetivo de criar sinergia, alavancagem e clareza dentro do portfólio, tornando as marcas mais relevantes, diferenciadas e fortes.

O tema da semana lá no instagram do Praticando passou por rebranding, não julgar mudanças somente pela superfície (como só avaliar um redesign pelo gosto pessoal) e treinar um olhar estratégico em relação aos movimentos do mercado.

Tudo isso começou quando fui analisar a mudança da HBOMax para Max. O serviço de assinatura da Warner Bros. Discovery retirou o HBO do nome em uma ação estratégica que envolve alguns pontos importantes, como: proteger a marca HBO, ter mais elasticidade para agregar diferentes produções no streaming, não ficar preso a uma possível percepção de conteúdo premium ou mesmo para adultos que a HBO poderia carregar.

Mas, além do rebranding, essa é também uma estratégia de arquitetura de marca.

➡️ Arquitetura de marca é o conjunto de critérios estratégicos que especifica os papéis e organiza a relação entre as marcas do portfólio ou de um grupo. Uma estratégia de arquitetura tem o objetivo de criar sinergia, alavancagem e clareza dentro do portfólio, tornando as marcas mais relevantes, diferenciadas e fortes.

Por isso, as definições visuais e verbais são extremamente importantes para facilitar essa organização. Geralmente, essas mudanças nascem de um desafio de negócio para depois se tornar um desafio de identidade. Então, quando a HBOMax retira o HBO do nome e faz um redesign (inclusive mudando a cor da identidade) é, antes de tudo, uma estratégia de negócio.

A mudança da Nokia

Outra mudança visual que deu o que falar nos últimos tempos, foi a da Nokia. A marca que já dominou o mundo mobile, mas não conseguiu se adaptar à era do smartphone liderada pela Apple e pelo Google, ainda mantinha um visual que remetia muito apenas a esta categoria do passado.

No último mês, a Nokia apresentou sua nova identidade visual com uma conexão direta aos objetivos de negócio. “Queremos lançar uma nova marca focada nas redes e na digitalização industrial, algo completamente diferente do legado dos celulares”, disse o CEO da Nokia, Pekka Lundmark, à Bloomberg.

Tudo bem, há discussões relevantes em relação à leitura do nome ou mesmo a parte técnica do design, mas novamente, muito além do logo, o universo visual contribui para a construção de valor em áreas importantes da empresa em um momento de expansão. Além disso, essa nova identidade consegue ser uma marca mãe com muito mais elasticidade para submarcas no portfólio.

Meta e Facebook

Nos últimos anos, talvez esse tenha sido um dos principais movimentos de arquitetura de marca. A mudança do Facebook para Meta como marca mãe do grupo foi bastante anunciada como parte da estratégia da empresa em iniciar novos projetos no metaverso.

Pelo menos até agora o metaverso não parece ter a velocidade de massificação como parecia que iria acontecer pela promessa do Tio Zuck em 2021. Mas uma coisa é certa: essa mudança trouxe mais respiro para as marcas do grupo. O Facebook como marca mãe estava desgastado e transmitindo uma percepção menos contemporânea que instagram, whatsapp e marcas como a Oculus Quest.

Treinar esse olhar estratégico pode te ajudar a sair da superfície e usar os conhecimentos para seus próprios projetos.

Um trabalho de arquitetura de marca normalmente começa com uma dor de negócio, então iniciar a análise por esse contexto é também uma forma de estudar e praticar o branding além do óbvio.

Vamos julgar menos mudanças visuais de forma pontual para tentar sempre ir para um nível mais profundo? 💙 Até a próxima :)

arquitetura de marca facebook
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