Sem coragem, sem marcas fortes
A coragem se tornou um exercício diário para continuar gerando valor de marca no meio do caos coletivo e individual.
Paulo Lima
Branding é gestão. E gestão é todos os dias, sem descanso, sem trégua.
Poderíamos dizer também que, se é gestão, branding é sobre tomar decisões difíceis todos os dias. Vivemos em mercados altamente voláteis e complexos. Como marcas, tentamos sobreviver em um verdadeiro caos competitivo. Como estrategistas de marca, profissionais, lidamos com os desafios da gestão, mas também os desafios pessoais como insegurança, medo, comparação e rejeição.
Por isso, a coragem se torna uma das principais habilidades para sobrevivermos.
Coragem de ser a gente mesmo, de ouvir críticas, de insistir mas também de abandonar, coragem de não perder a sua essência.
Como quase tudo que envolve o branding, isso vale para pessoas e para marcas. Ainda mais quando nós assumimos ser nossas próprias marcas. Seja com nosso nome, com nossa cara ou com nossa energia.
Se você está à frente de uma marca, seja a sua pessoal, de seu projeto, de sua empresa ou até de seus clientes, você deve entender do que estou falando.
Por isso, existem muitas habilidades essenciais para construir e, mais importante ainda, gerir uma marca forte. Mas coragem talvez seja uma das principais delas.
Veja, esse texto não é sobre quem tem ou não coragem. Esse texto não é mais uma tentativa de colocar pessoas numa caixinha de sucesso que diz que quem não tem aquela habilidade está fadado ao fracasso.
Esse quase desabafo acontece em um momento que estou passando por um processo de muitas mudanças por aqui que me fizeram olhar para trás e perceber que existem alguns padrões no que estou passando com o que outros clientes e parceiros passaram no passado e que pude acompanhar trabalhando em suas marcas.
Nem tudo é só sobre técnica. Às vezes temos um planejamento consistente, mas as soft skills também são importantes para a tomada de decisão. Entre todas essas reflexões, separei três delas para pensarmos juntos:
Coragem de insistir, coragem de abandonar
Não é nada fácil tomar uma decisão de insistir ou abandonar uma ideia, produto ou ação na gestão de marcas. Mas precisamos ter coragem e assumir riscos o tempo.
Como eu disse acima, mesmo com um planejamento e estudo profundo, o (a) estrategista precisa ter um senso analítico e coragem para insistir em algo que acredita que ainda pode dar certo ou abandonar mesmo que isso seja bastante frustrante. (eu passei anos tentando resgatar um projeto que já tinha tido muito sucesso no passado, mas claramente era hora de ter coragem de abandonar e quando fiz isso consegui focar em outras coisas que faziam mais sentido para o momento)
Coragem de não perder sua essência
A comparação é um dos grandes males gerados pelas redes sociais em nossa vida. Se em um projeto de branding ou na gestão de marcas é crucial acompanhar os concorrentes e mapear territórios, na vida real (principalmente para marcas pessoais) isso também pode gerar uma comparação excessiva que às vezes impacta em decisões que nos afastam de nossa essência. Sim, fazer mudanças e se adaptar é necessário.
Mas tome cuidado para não perder sua essência, sua autenticidade, para tentar parecer outra marca ou pessoa que teoricamente “faz mais sucesso ou tem mais engajamento.” Coragem de ser quem você é pode fazer a diferença na sua diferenciação a médio ou longo prazo.
Coragem de ouvir críticas
Se por um lado é importante manter sua essência, por outro saber ouvir críticas também é tanto quanto. É preciso equilíbrio. Nem sempre é fácil ouvir críticas e tomar uma decisão de mudar. Você precisa de coragem para estar aberto a muitas vezes ouvir até o que já imagina, mas acaba se sabotando porque a ação é dolorosa.
—
Espero que esse texto tenha chegado no momento certo para você. Que todos nós tenhamos coragem para continuar todos os dias tentando construir marcas fortes e gerar valor para nossos clientes, para sociedade e para nós mesmos. Até a próxima semana.