Arquétipos na identidade verbal: como eu apliquei para minha própria marca
Aprenda como aplicar identidade verbal e arquétipos com um exemplo real.
Paulo Lima
A descoberta do arquétipo da marca ajuda bastante na construção de unidade e consistência em toda plataforma e identidade da marca. Mas é importante também que essa definição não gere clichês, estereótipos ou mesmo coloque todas as marcas que também fizeram a escolha daquele mesmo arquétipo em uma mesma caixinha.
Se branding busca diferenciação e autenticidade, seria incoerente um método ou ferramenta que faça exatamente o contrário.
Por isso, use sempre esse processo de descoberta como um guia, um farol que te ajuda a colocar uma lupa na cultura onde faz sentido para você e não como um teste matemático que apenas copia e cola o resultado.
Resolvi abrir um pouco o processo de construção do Voko - meu curso de arquétipos no branding - que é uma marca tão querida para mim. Trazer um exemplo real. Claro que todo o processo aqui tornaria uma news em quatro, então vou resumir as etapas de como usei os arquétipos para criar minha marca de arquétipos.
Da estratégia à identidade
Quando saí da Brandster (meus amigos tão queridos e que tanto admiro) para lançar meu curso de arquétipos no branding pelo Praticando, eu sabia que precisava dar uma cara nova para este projeto, algo que representasse minhas crenças dentro deste tema.
E isso é uma premissa necessária na construção de uma marca: é preciso encontrar uma verdade que vem de dentro de quem está à frente de tudo. Sua Alma/DNA/Essência de marca deve começar deste questionamento, “o que existe de único e autêntico na oferta que estou criando e que começa dentro das minhas próprias crenças e valores?”.
Em meu processo, a definição dos arquétipos é o que norteia todas as outras definições da estratégia: essência, posicionamento, personalidade e propósito. Por mais que eu já tivesse clareza de qual arquétipo iria nortear minha marca, algumas dessas perguntas começaram bem esse processo:
Quais dons pessoais eu pretendo levar para a marca?
Quais sentimentos as pessoas irão acessar ao consumir minha marca?
Quais territórios simbólicos meu produto consegue ocupar?
Depois segui algumas etapas e ferramentas da minha metodologia como o HUMA (ferramenta de atributos), Teste dos Arquétipos e Cards Arquetípicos. Todos os resultados me levaram para escolha do Sábio e do Mago, mas por meio de expressões mais específicas:
Dominante: Eremita
Secundário: Alquimista
Olhar para dentro, olhar para fora
Mas é claro que essa definição precisa ser também valor para fora. Não adianta ter uma resposta emocionante para a pergunta da essência se isso não ajudar a construir valor para quem está buscando a oferta.
Por isso, depois de algumas entrevistas com potenciais alunos para meu curso e análise dos meus concorrentes, outros cursos e ferramentas que oferecem benefícios próximos ao meu, foi possível encontrar lacunas não atendidas do mercado, oportunidades de criação de valor e explorar meus próprios potenciais com mais efetividade.
Se você quiser ler um pequeno texto sobre como esses arquétipos que defini começaram a criar substância para minha marca, clique aqui.
Neste momento eu preciso te lembrar: este é apenas um resumo do processo, ok? 🙂
As definições de essência, personalidade e posicionamento
Para falar um pouco sobre a aplicação do arquétipo na plataforma escolhi abrir essas definições para vocês como um exemplo prático antes de partir para a identidade verbal. Cada definição estratégica tenta construir o símbolo por meio dos arquétipos escolhidos.
ESSÊNCIA: optei por uma definição de essência mais interna e aplicada de forma mais emocional nos pontos de contato. A essência da marca é Expansão & Profundidade | expandir a forma de enxergar o consumo e a cultura | profundidade e conexão em tudo que fazemos.
PERSONALIDADE: a personalidade sempre acompanha definições de cada atributo.
Ancestral: é a soma do conhecimento e estudos de milhares de anos sobre alma humana, psique, comportamento e essência da vida.
Misteriosa: há um tom místico e enigmático em nossa marca. As pessoas entram em contato com suas expressões e aquilo faz sentido para quem elas são, mas não de forma totalmente objetiva. Lidar com o ser humano é misterioso por si só.
Sábia: apesar de misteriosa nas expressões, na hora de falarmos sobre o que mais amamos, trazemos o conhecimento acadêmico e citamos os autores que nos inspiraram chegar aqui.
Analítica: tudo está conectado. Nunca uma resposta vem sozinha, isolada. O conteúdo é sempre uma teia que se resolve pelo todo. Por isso, somos extremamente analíticos.
Reflexiva: não tem como objetivo principal responder todas as perguntas, mas refletir sobre elas, questioná-las para que o próprio aluno consiga chegar a alguns caminhos.
Humana: pessoas é o que movem nossa marca. Nosso lado humano é empático, pois se coloca no lugar dos outros para compreender seus medos e contextos. Decifrar olhares e pensamentos é, para nós, um dom que tentamos treinar.
POSICIONAMENTO: o ponto de diferença trouxe benefícios também inspirados nos arquétipos.
Ajudar a administrar e potencializar os significados e caminhos criativos de seu projeto de branding e comunicação para criar marcas únicas e humanas.
Aplicação na identidade verbal
Por fim, chegamos na identidade verbal. Para explorar o território de palavras e o tom de voz, tenho uma lista de cada arquétipo como inspiração para essa construção. Vou compartilhar um slide do território de palavras do do Mago aqui, agora já com a roupa do Voko:
Veja, essas listas não servem como caixinhas fechadas como eu disse no começo desta news.
Mas é muito melhor já ter um lugar para se inspirar, por isso comecei criando esse conteúdo para eu mesmo em minhas consultorias de marca. Neste momento você precisa novamente fazer intersecções: como explorar esse símbolo arquetípico, mas ao mesmo tempo não perder o que há de único em minha marca?
Na identidade verbal, você precisa expressar sua estratégia agora em sua comunicação. Seus diferenciais, suas crenças, sua proposta de valor. E o arquétipo ajuda a gerar unidade neste processo e encontrar caminhos que tornem sua identidade única. E este processo verbal começa com o nome.
Voko é inspirado na palavra EVOCAR. Já no nome começo a contar a história do curso: evocar um arquétipo neste narrativa significa compreender aquele símbolo olhando, antes de tudo, para dentro. Assim, é possível trazer para fora aquele comportamento. Esse processo ajuda a interpretar melhor o arquétipo em marcas, tribos e comportamentos da cultura.
Outras etapas da identidade verbal são inspiradas no Alquimista e Eremita para minha marca.
Veja neste texto institucional: “Voko é uma experiência imersiva no mundo dos arquétipos, branding e comunicação de marca. Com um olhar profundo e expansivo no comportamento humano, irá te ajudar a decifrar códigos sociais e culturais para construir marcas mais fortes, humanas, com muito mais conexão, diferenciação e valor com seu público.”
Este texto busca um tom de voz estimulante e catalisador, e escolhe palavras que ajudem a concretizar este objetivo.
Tentei em um texto “não tão longo” te ajudar a criar essa conexão da estratégia à identidade. O mais importante é sempre olhar para dentro para entender o que pode criar valor para fora. Verdade sempre vai ser uma característica primordial de marcas fortes e humanas.
Por fim, se quiser aprender mais sobre aplicação dos arquétipos na estratégia e id. verbal, conhecer as 60 expressões arquetípicas que eu estudei e fazer parte da última turma do ano Voko, é só clicar aqui e se inscrever. Vou liberar também nesta edição uma ferramenta nova de benefícios de marca e arquétipos. 🧡 Até a próxima news!